Eu: Christian, calma!
Você está nervoso. O que aconteceu?
Chris: É que... Eu...
Eu: Fala logo menino!
Chris: Eu não posso ficar
com você. Desculpa, eu... Eu não... Argh, me desculpa. Se você estiver brava
comigo, tiver brava, eu vou entender se você não quiser mais falar comigo, mas,
por favor, não faz isso. Eu já não estou me perdoando por dizer isso, mas se
você me ignorar eu vou ficar pior ainda, por favor, (seu nome), me desculpa! Eu
não queria te magoar... Me desculpa! -seus olhos estavam marejados
Eu: Tudo bem... Eu estou
acostumada, está tudo bem. Se você não quer ficar comigo, não tem problema não,
eu já me acostumei com isso. Não estou brava com você, talvez um pouco triste,
mas nada que vá atrapalhar nossa amizade. –disse
Chris: Me desculpa
pequena! Eu nunca deixarei te magoarem, você não vai se acostumar com isso. Eu
mato quem fizer isso com você. Prometo.
Dei uma gargalhada, e fez
abrir um sorriso muito lindo.
Eu: Não é para tanto,
sério. Mas, por que você não pode ficar comigo?
Chris: É que... Eu estou
gostando de outra garota... Não que você não seja melhor do que ela. Você é bem
melhor, mas... Não se pode mandar no coração.
Eu: Tudo bem... Contanto
que você esteja sempre do meu lado.
Chris: Sempre e para
sempre, princesa! –beijou minha testa
[...]
Eram 17h. E 50 min.
Estávamos sentados no sofá vendo TV, quando tiveram uma “brilhante” ideia de
cantarmos no karaokê que eu tenho lá em casa. Eu odeio karaokê. Minha voz é
horrível.
Eu odeio karaokê.
Colocamos o DVD para
rodar, e quem iria começar era o Justin e o Christian. Eles cantaram a música
She Will Be Loved do Marron 5. E arrasaram! Eles cantaram muito bem. Depois foi
a Bia e o namorado dela, e cantaram Jenny do The Maine. Depois, sabe quem foi
empurrada para cantar? Isso mesmo... EU.
Estava tocando Oath da
Cher Lloyde, mas eu escolhi outra musica. Escolhi Love Me Like You Do do Justin
Bieber, em homenagem ao próprio.
Eu:
Be glad, don't say a word. Don't say no, girl, I'm all yours. Love me like you
do but let me go first. Listen to this words right here. Love me like you do,
love me like it's new. Love me like you love me, like there's nothing left to
lose. We'll hop up in a van, if you're tryna cruise. Hop up in them bed, baby,
if you're tryna snooze. Louis V. shoes, look at me, do it. Got a lot of secrets,
baby, can you guess clues? And if you had a choice I know what'd you choose.
You’d choose me, right?
Terminei de cantar a
musica e todos aplaudiram, eu fiquei morrendo de vergonha. Mas foi legal! Não
deixaram eu sentar e então Ana, Logan, Justin, Selena, Nolan, Caitlin, Ryan,
Christian e Chaz se levantaram e
começaram a cantar Last Friday Night da Katy Perry. Todos nós cantamos e
dançamos muito, até cansarmos. Foi uma fim-de-tarde muito divertido!
[...]
Já eram 22h. e todos
estavam indo embora. Foi muito legal, mas... finalmente! Eu estava exausta.
Trocamos números de telefone, Twitter, Facebook e MSN. Dei um abraço em todo
mundo e se foram.
[...]
1 MÊS
DEPOIS...
Acordei com o sol batendo
em meu rosto, ontem eu deixei a cortina aberta... Droga! Estava muito cansada,
e ainda eram 6 da manhã. Eu, realmente, tenho problemas com a minha hora de
acordar.
Deixa eu contar as
novidades: Jelena acabou. Isso mesmo, a Selena acusou o Justin de ter traído ela
com a Barbara Palvin, uma das Angels, mas ele não estava ok? A Bia não esta
namorando aquele carinha que até hoje eu não sei o nome, segundo ela eles
estavam só se pegando. E a Ana tá bem com o Logan, mas agora ele está viajando
porque foi divulgar o filme que ele participou, “As Vantagens De Ser Invisível”
ou algo do tipo. Chaz pediu a Caitlin em namoro antes de ontem. Estamos todos
muito amigos. Ana, Bia, eu, Caitlin, Ryan, Chaz, Justin, Nolan e Christian.
Muita gente, né?! Então... lembra quando rolou aquela premiação que,
infelizmente ou felizmente, eu desmaiei? O Justin e o Logan não se dão muito
bem, sabe?, eles se esforçam mas dá para perceber uma rixa.
Deu 7 horas, e eu
levantei, não tinha mais sono. Tomei banho e, como ainda estava cedo, eu voltei
pra cama, e fiquei lá por um bom tempo pensando na vida... Só de pensar que a
alguns meses atrás eu estava em outra cidade, outro país, outros amigos, e meus
pais. Eu sinto muito a falta deles. Sei que meu pai não prestava, mas poxa, ele
continuava sendo meu pai e eu continuo(ava) amando ele.
Tem muitas coisas da
minha vida que vocês não sabem, mas vou contar agora.
Era uma ensolarada tarde
no dia 17 de fevereiro de 2008, lá estava eu feliz com a minha família completa
perto de mim. Meus pais, minha irmã, meus avós paternos e maternos, meus tios,
primos distantes que eu nunca tinha ouvido falar, amigos dos meus pais, amigos
da minha irmã, e a Ana. É... eu sempre só fui melhor amiga dela, e ela a minha,
até um certo dia. Mas isso eu conto depois. Estavam todos lá, vizinhos, todo
mundo! Estávamos num churrasco, comemorando o aniversário da minha mãe. Ela
estava fazendo 44 anos, e estava feliz por ter todo mundo perto, não estava se
importando com a idade. Mentira, estava sim. A vela foi um “?”, hilário.
Estavam todos muito
ocupados conversando e prestando atenção em outra coisa, e então eu puxei a Ana
pelo braço e subimos pro meu quarto. Lá a gente podia ficar mais a vontade,
conversar sobre qualquer coisa e nos comportar da forma mais estúpida possível,
como nós sempre fizemos. Ela estava sentada na minha cama, e eu no chão perto
da enorme porta de espelho do meu armário. Estava quieto e chato, mas
continuávamos lá, sem nos mexer, sem nos falar, apenas estávamos ali. Quando
tive uma dúvida.
Flash
Back ON
Eu: Ana, por que você
vive cheia de pulseiras? Você se corta, por acaso?
Ana: Que? (seu nome) que
história é essa?
Eu: Vai, me responde
logo. Você se corta?
Ana: Claro que não,
credo. Fora de cogitação. Mas, por que essa história?
Eu: Nada não, fiquei com
essa dúvida.
Ana: Tá, né?
Silêncio.
Ana: Você já?
Eu: Não.
Ana: Uhm.
[...]
Depois daquela conversa,
eu nunca mais toquei no assunto com a Ana, sei lá, ela me pareceu meio
estranha. A expressão dela tinha mudado imediatamente quando eu falei sobre as
pulseiras...
Em setembro do mesmo ano,
eu namorava o garoto mais desejado do colégio. Todas as meninas queriam-no pra
si. Ele era o capitão do time de futebol, bonitão, sarado, popular. Típico
americano, mesmo ele não sendo um. E eu tinha ele na palma da minha mão.
Bobinha. Eu era a deslocada, não gostava de ficar no grupo dele, os populares.
Eu era quietinha, nerdzinha, feliz demais, popular de menos. Só falava com a
Ana e com a minha irmã, mas ela também era popular então era meu difícil deu
falar com ela. Até que um dia, nos
chamaram pra ir numa festa na casa do Nathan. Eu ia com o Pedro, meu namorado.
Mas, ele disse que só iria mais tarde porque tinha que buscar sua tia no
aeroporto, que estava voltando da Holanda, e eu teria que ir com um dos amigos
dele, Paulo. O Padu é um cara legal, bonito, mas também é quieto como eu, mas
ele consegue ser do grupinho “descolado” do colégio. A Bia também ia, mas ela
foi antes com as amigas dela.
Flash
Back ON
Eu terminei de me
arrumar. Estava com um vestido preto, coberto por glitter e um salto preto.
Simples. Passei uma maquiagem leve e fiz chapinha no cabelo. Em duas horas
estava pronta, só esperando o Paulo chegar. Logo a campainha tocou, e era ele.
Entramos na BMW que se encontrava em frente a minha casa. Paulo já tinha idade
para dirigir, ainda estava no último ano do colegial pois repetiu no 3º ano,
aquele dos pequenininhos, sabe? Enfim, nós partimos da minha casa, em
direção... Ah, eu não sabia.
Eu: Paulo, a festa não
era na casa do Nathan?
Padu: Ér, mas... Mudança
de planos. –disse nervoso olhando concentradamente a rua
Eu: Como assim mudança de
planos? Eu quero ir pra festa do Nathan. Para onde estamos indo?
Silêncio.
Eu: PAULO EU ESTOU
FALANDO COM VOCÊ. PARA ONDE ESTAMOS INDO?
Padu: Me desculpa, mas
você precisa saber de algumas coisas.
Eu: Que coisas? Como
assim? Que coisas são essas? –esperei encarando-o nervosa pela resposta, mas
ele não falou nada.- FALA PARA ONDE ESTAMOS INDO E QUE COISAS SÃO ESSAS!
Padu: Espera, você vai
ver. Eu vou te mostrar o que os seus olhos estão demorando a ver.
O que ele quis dizer com
aquilo? O que estava acontecendo? Eu estava muito nervosa, aflita.
Padu: Chegamos. –ele
desligou o carro e saiu. Tínhamos parado em frente a uma casa que também estava
tendo uma festa. Tinha várias pessoas bêbadas no jardim todo iluminado e sujo.-
Vai continuar aí? –disse segurando a porta do carro para mim
Eu: Ah, desculpa. Mas, de
quem é essa casa?
Padu: Calma, eu tenho que
te dizer uma coisa, que você não irá gostar, mas é a verdade e a verdade as
vezes dói.
Eu: Você está me
assustando!
Padu: Entra e vai no
segundo andar, você vai ver com os próprios olhos.
Imediatamente eu entrei
na casa e subi direto pro segundo andar. Lá tinha 4 portas, ambas fechadas,
e... dava para ouvir pessoas gemendo atrás de duas portas. De repente, Paulo
aparece ao meu lado nervoso e me indicou com a cabeça o caminho de uma das
portas em que vinha um gemido. Nessa hora, eu me desesperei, estava imaginando
milhões de coisas. Abri a porta e descobri que não era imaginação. Pedro estava
fazendo sexo com uma qualquer. Assim que me viram na porta, Pedro saiu de cima
dela e colocou a calça, enquanto aquelazinha continuava nua debaixo das
cobertas.
Pedro: (seu nome) eu
posso explicar tudo.
Eu: Não precisa me
explicar nada, eu já entendi tudinho.
Pedro: Para, não fala
assim amor. –disse e se aproximou de mim, tocando em meus dois ombros, cada um
com uma mão
Eu: Não encosta em. –me
afastei fazendo com que ele não alcançasse meu corpo.- Não me chama de amor.
Não fala comigo. Não pense em mim. E se você se aproximar mais um centímetro
que seja, eu arranco essa coisa minúscula que você chama de pênis.
Disse e sai de lá
derramando litros de água. Quando desci as escadas, estavam todos olhando pra
mim com cara de pena.
Xx: O que aconteceu?
Xx²: O namorado dela, o
Pedro sabe? Traiu ela e ela acabou de pegar ele no flagra.
Eu: Vão se foder. –foi o
primeiro palavrão da minha vida. Meu chão desabou. Minha vida tinha virado de
cabeça para baixo.
Paulo e Pedro vieram
atrás de mim. Eu já havia entrado no carro. Paulo entrou no carro, e Pedro
ficou lá batendo na janela do carro implorando pra que eu o ouvisse. Nem liguei
para aquele filho da puta desgraçado.
Padu: (seu nome), me
desculpe. Eu sei que você está arrasada e vou entender se você estiver com
vontade de me dar um tapa na cara, mas eu fiz o certo, eu sei que fiz. Eu vou
te deixar em paz, afinal, é tudo culpa minha. Desculpa! –deu um beijo em minha
testa
Eu: Não é culpa sua. É
CULPA DELE, ESSE FILHO DA PUTA. A CULPA É DELE. A CULPA É DELE. A culpa é dele.
–repeti e me taquei nos braços dele, e necessitava daquele abraço.
Padu: Eu sei, eu sei.
Olha aqui, -ele pegou meu queixo me forçando olhar para ele- ele não merece
nenhuma lágrima de um princesa como você. Não desperdice com um vagabundo, o
que você pode precisar no casamento com um príncipe. –o olhei confusa- É, eu
falei errado. É que, toda mulher chora no próprio casamento, e sei que você irá
se casar com o homem certo, um príncipe.
Dei outro abraço apertado
nele, e ele devolveu com a mesma intensidade.
[...]
Flash
Back OFF
Eu estava enlouquecida.
Não saia de casa, não conversava com ninguém, briguei com a Ana, não tinha
amigos, meu pai começou a beber, e a chegar de madrugada bêbado. Não fazia
nada, além de ficar o dia inteiro na frente da televisão. Eu não ia mais na
escola, eu não saia de casa para nada.
Chegou a um ponto que eu
comecei a duvidar se eu ainda gostaria de viver. O que, realmente, significa viver?
Eu andava me perguntando isso toda vez que piscava. Comecei a me
cortar. Sei que vão me chamar de louca, que devo ir para um hospital
psiquiátrico, e se os meus pais vissem eu estaria muito, muito ferrada.
Flash
Back ON
Devia ser uma
quarta-feira qualquer, eu já estava viciada. Sempre que dava eu me cortava,
isso realmente vicia. Mas... eu comecei a me cortar seriamente. Eu fui ao
banheiro do meu quarto, peguei um pedaço do meu espelho que estava quebrado que
ficava embaixo do tapete, me sentei no chão e comecei a enfiar aquela arma nas
minhas coxas, e braços, e cheguei aos pulsos, onde pressionei com mais força.
Eu estava sangrando freneticamente, com certeza eu tinha perdido muito sangue.
Continuei fazendo isso, até que uma hora caí no chão e desmaiei.
Acordei num quarto todo
branco, sem janelas e apenas uma porta branca de plástico. Estava toda dolorida
e minha cabeça latejava. Aos poucos, fui virando minha cabeça para entender
melhor onde estava, e estava, provavelmente no hospital. Olhei para meus braços
que estavam enrolados por gaze, e manchas de sangue, e minhas coxas estavam do
mesmo jeito. Eu ouviria um monte dos médicos, dos meus pais, da minha irmã e da
Ana. Estava ferrada! Eu estava tomando soro, e ao lado da cama tinha um
sofázinho azul, que combinava com os lençóis da cama, e minha irmã e Ana
estavam dormindo lá. Coitadas, fiz elas se preocuparem e terem que se encolher
totalmente pra caber naquele mini sofá. Aproveitei que ninguém tinha descoberto
que eu acordei, e dormi.
Depois de um tempo, ouvi
um monte de vozes dentro do quarto. Aquilo estava me irritando muito, então fui
obrigada a acordar. Vagarosamente eu acordei, e quando isso aconteceu todos
vieram pra cima de mim.
Ana: GENTE, ELA ACORDOU.
ELA ACORDOU! –ela era a única olhando pra mim, mas assim que gritou todos os
olhos se viraram para mim. A Ana era a única pulando, retardada do jeito que é.
Mãe: (seu nome completo)
o que você estava fazendo? Por que estava fazendo aquilo, minha filha? Você
sempre teve tudo do bom e do melhor.
Doutor: Olha, é melhor
deixar que com o tempo ela irá contar. Sozinha e sem pressão, certo? É o
melhor! Mas, vou indicar um psicólogo, e se ela continuar a se mutilar eu terei
que encaminha-la à um psiquiatra.
Mãe: Tudo bem, tudo bem.
Mas, ela sofre algum perigo?
Ana estava ao meu lado,
segurando a minha mão e olhando fixamente para mim.
Doutor: Teve muita perda
de sangue, mas não corre risco nenhum.
Mãe: Ainda bem, Deus
ainda é pai! –suspirou aliviada
Doutor pediu licença e
saiu do quarto, deixando apenas minha mãe, Ana e Bia lá, meu pai devia estar
provavelmente bebendo. Elas logo subiram na cama, e estavam todas sentadas me
encarando com uma cara de pena e desaponto.
Eu: Me desculpa, tá
legal?
Silêncio.
Eu: Eu não queria ter
parado no hospital. Não queria preocupar vocês, eu juro que não.
Silêncio.
Eu: Eu sei que vocês
devem estar querendo me matar, apesar que eu quase fiz isso comigo mesma...
Ana: Cala a boca. –me
interrompeu
Ficamos naquele silêncio
horrível.
Bia: Sabe (seu nome)? Eu
estava pensando quais os motivos de te levarem a fazer isso, e quer saber em
qual conclusão eu cheguei? –balancei a cabeça de um lado ao outro, afirmando
que não sabia.- Que você fez isso só porque acha que, como o Pedro te traiu,
seu mundo acabou e você ficou sem chão. Mas isso só mostra o quão fraca você é.
Isso foi apenas um teste que a vida dá para nos desafiar e ver nossos limites.
Acabou? Então bola para frente, você está piorando a situação e se achando a
culpada da história. Quem errou foi ele, e quem devia estar fazendo isso, Deus
me livre, mas era ele e não você. Você está tornando um dia azul em cinza. A
escolha é sua: se quiser ficar se cortando e ir para um hospital psiquiátrico
você vai, mas também pode seguir em frente, curtir a vida e depois pensar em
homens e ter problemas. –Apenas assenti
[...]
O médico me deu alta 2
dias depois, me recomendou um psicólogo qualquer e mandou minha mãe me vigiar
24 horas por dia, durante 7 dias na semana. Saco! Mas ela nem pegou tanto no
meu pé, mas também não saia de casa e quando saia eu tinha que ir junto. E isso
não era legal porque ou eu saia com a gaze enrolada em meus pulsos e coxas, e
meus cortes do braço aparecendo, ou eu tinha que usar roupa de frio, no
calor! Era realmente um
desastre completo. Eu não me cortei
nunca mais porque eu sabia que teria consequências drásticas, e eu não quero
isso, nem um pouco.
Algumas semanas depois que
eu sai do hospital, Ana foi na minha casa porque tinha algo muito sério para me
contar. Óbvio que eu fiquei muito assustada.
Ana: Eu tenho que te
contar um segredo que eu nunca contei pra ninguém.
Eu: Pode falar, eu to
aqui para isso.
Ana: Tá, não me
interrompe, ok? –assenti- Antes da gente se conhecer, eu devia ter uns onze
anos, e... eu fiz a mesma coisa que você fez, me cortei. Eu nunca disse isso
pra ninguém, e to te contando isso porque eu confio em você, muito. Voltando...
Eu devia ter uns onze anos de idade, eu era muito meiga, vivia sorrindo e
estava sempre tentando alegrar as pessoas, eu sempre fiz isso mesmo quando eu
não estivesse bem, essa era eu. Então eu vi no banheiro da escola que eu
estudava na época uma menina chorando descontroladamente, e com um ferro
pontiagudo na mão cortando todo o outro braço com a ponta do ferro, eu como
sempre ajudo as pessoas tentei ajuda-la, e bem... eu consegui. Eu pedi para ela
me entregar o ferro, para garantir que ela não tentasse mais. Na tarde do mesmo
dia eu cheguei em casa junto ao meu pai, que me buscou na escola, e minha mãe
estava preparando a mesa para o almoço. Ela logo terminou de arrumar e fomos
comer. No meio do almoço meus pais começaram a brigar, e logo depois começaram
a gritar um com o outro. Eles estavam reclamando que tem que trabalhar muito
para conseguir me sustentar e pagar minha escola, assim que terminei coloquei
meu prato na pia e fui correndo para o meu quarto, eles ainda estavam brigando
e gritando como se ninguém fosse ouvir. Eu estava perturbada pois estava
acontecendo quase todos os dias, a família perfeita acabou. Estava ajeitando
meu material da escola, e achei o ferro da garota, estava cheio de sangue seco
e estava todo arranhado. Olhei, olhei, olhei e pensei que meus problemas
poderiam acabar com aquilo, eu era a causa do problema, se eu morresse ele
acabava, simples assim. Decidida do que iria fazer, comecei a arrastar aquilo
pelo meu braço, logo depois eu já estava chorando e enfiando aquela pequena
arma nas minhas pernas, braços, pulsos, barriga, tornozelos... todos os lugares
que conseguia. Acabei desmaiando e fui parar no hospital, meus pais descobriram
o motivo e param de brigar e me explicaram que eu não era a culpada. Depois de
um tempinho, nos mudamos para cá (AutoraOn: Ainda estavam no Brasil, ok?) e
minha vida mudou, e voltamos a ser a família quase perfeita. Por isso, eu
sempre uso muitas pulseiras e braceletes, eu ainda tenho as marcas.
Eu estava chocada. Não
conseguia dizer uma palavra sequer. Estava com vontade de chorar, muita vontade
de chorar. Eu apenas a abracei, abracei a minha melhor amiga, minha princesa,
meu anjinho. Ela chorava, eu chorava, ela me abraçava forte e eu na mesma
intensidade.
Ficamos lá em silêncio um
tempão. Depois nunca mais tocamos no assunto.
No ano seguinte eu voltei
ao colégio de cabeça erguida, e sambei na cara de todo mundo que me olhava com
pena. Coitados.
Flash Back OFF
Agora você já sabe que eu
já me cortei, a Ana já se cortou, meu namorado já me traiu, eu falei um belo
dum palavrão etc. Acho que nada mais pra contar... Ah, como vocês sabem meu pai
bebia e batia em mim, na Bia e na minha mãe, e foi preso.
Olhei no relógio e já era
8h. e 30min., me levantei e fui tomar café. Quando cheguei à cozinha a Ana já
estava lá preparando pão com ovos, típico. Dei um beijo nela, e comecei a passar
manteiga no pão. Tomamos nosso café e decidimos ir à praia que tinha perto lá
de casa. Ligamos para todo o pessoal e eles toparam ir. Fomos nos arrumar e
coloquei esse biquíni.
Pegamos uma bolsa e colocamos um monte de refrigerante, biscoitos, cangas, e
outras coisas que precisaríamos.
Todos chegaram lá em
casa, e fomos. Todos felizes e radiantes. Foi incrível.
[...]
No momento, eu estava
sentada em cima de uma das cangas com o Justin. Eu estava com a cabeça apoiada
em seu ombro, e ele estava contando piadas sem graça.
Eu: Tudo bem... Chega
dessa... piadinhas. –disse em meio a risadas
Jus: Tá. –fez um biquinho
lindo
Eu: nem vem com esse
biquinho, ok? Você não vai me convencer.
Jus: Chata.
Eu: Bobo.
Jus: Linda.
Eu: Cego.
Jus: Eu estou te vendo.
Eu: Idiota.
Jus: Chega, né? Já me
amou demais.
Dei uma gargalhada, o que
lhe fez dar a gargalhada mais gostosa que já ouvi em toda a minha vida.
Eu: Iludido.
Jus: Chega de me amar.
Mas, vai, me fala sobre a sua vida, você nunca fala sobre isso.
Eu: É complicado...
Jus: Você me explica.
Eu: Justin, eu...
Jus: Por favor.
Eu: Depois eu te conto
não quero estragar esse momento.
Jus: Também não. Poderia
ficar aqui para sempre.
Eu: Também poderia, mas
só se você estiver comigo.
Merda, não acredito que
disse isso.
Jus: E você comigo.
Ele deu um sorriso largo,
o mais bonito de todos. Seus lábios curvados estavam me hipnotizando, o que me
fez abrir um grandíssimo sorriso. Eu só precisava disso. Eu só precisava dele.
OI GENTE, VOU FALAR RÁPIDO PORQUE SE MINHA MÃE ME PEGAR AQUI EU
TO FERRADA. VOCÊS PERCEBERAM QUE EU MUDEI UM POUCO AS COISAS, NÉ? POIS É. EU
ESCREVI POR UM TEMPÃO E DE MADRUGADA POR QUE EU AMO MUITO VOCÊS E ESSES
CAPÍTULOS FORAM GRANDES PORQUE EU VOU FICAR UM TEMPO SEM POSTAR E PORQUE EU
FIQUEI UM TEMPÃO SEM POSTAR E ESTOU PEDINDO MIL DESCULPAS, SÉRIO. BOM, O ANO
ACABOU E EU FIQUEI DE RECUPERAÇÃO, OU SEJA, MINHA MÃE TIROU A INTERNET DE MIM
POR ISSO NÃO FALEI COM VOCÊS E NEM POSTEI. ME DESCULPA POR TUDO MAS AÍ ESTÁ. :)
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO. LEITORAS NOVAS SEJAM BEM-VINDAS!!!
COMENTEM, DIVULGUEM PARA AS AMIGAS, DIVULGUEM NO TWITTER E É ISSO, OBRIGADA.
Continua com mais de 5 comentários, ou mais. kk
BEIJOS DE QUEM PASSOU DE ANO!!!! (eu, mas no gif não sou eu hehe)